Cientistas descobrem o que acontece no cérebro de um usuário de LSD
Cientistas descobrem o que acontece no cérebro de um usuário de LSD

Por isso, não é tão fácil afastar-se dela, principalmente se a pessoa começou a fumar na adolescência, quando ainda era um ser em formação. No que se refere à cocaína, nem todos que manifestam esses sintomas desenvolverão a síndrome paranoica. No entanto, quando isso acontece, as consequências são desastrosas. Soube de um usuário de cocaína que, em crise, saiu em disparada por uma estrada, foi atropelado e morreu. O primeiro passo para enfrentar a situação é os pais se informarem sobre o que está acontecendo na vida dos filhos e voltarem a exercer controle mais efetivo sobre suas atividades.

Cocaína e crack Entrevista

Se, fumando um baseado, a pessoa relaxa, findo o efeito, a ansiedade ganha força, pois a síndrome de abstinência é imediata. Para entender o processo, vale lembrar que, no cérebro, há cem bilhões de neurônios, células características do sistema nervoso que possuem um corpo central e inúmeros prolongamentos ramificados, os dendritos. É através deles que o estímulo é conduzido de um para outro neurônio. Entre eles existe um pequeno espaço livre chamado sinapse onde várias substâncias químicas são liberadas e absorvidas. Cocaína e crack são drogas psicoativas que provocam alterações cerebrais muito importantes. Aspirada, fumada ou injetada na veia, a cocaína se distribui pelo corpo e age em todo o organismo, mas sua ação no cérebro é responsável pelo efeito que provoca dependência.

Drauzio em Campo #2 Sobreviventes

O efeito rebote está na impossibilidade de sentir prazer sem a droga. Passada a excitação que ela provoca, a pessoa não volta ao normal. Como só sente prazer sob a ação da droga, torna-se um usuário crônico. Às vezes, tenta suspender o uso e reassumir as atividades normais, mas nada lhe dá prazer. Parece que, por vingança divina, o cérebro perdeu a capacidade de experimentar outras fontes que não a desse prazer artificial que a droga proporciona.

Como fica o cérebro de um usuário de drogas?

Os efeitos da dependência química

Em caso de reprodução apenas do texto, por favor, consulte a Política de Republicação Digital. A crise política enfrentada hoje pelo Brasil tem, além de efeitos imediatos, possíveis consequências futuras. Em sua coluna, Renato Lessa alerta para a importância de refletir sobre elas. Temos certeza, porém, de que poucas doenças apresentam esse índice de mortalidade.

Com o passar do tempo, porém, há uma readaptação cerebral ao estímulo constante da droga. O cérebro vai se acostumando e são necessárias doses cada vez maiores para produzir o efeito que passa muito depressa. Na verdade, o cérebro procura sempre manter certo equilíbrio.

Ronaldo Laranjeira – É preciso estar atento a três fatores que combinados são sinais de alerta e requerem algum tipo de acompanhamento. O primeiro é atitude por demais tranquila do adolescente que considera a maconha inofensiva e destituída de inconveniências. Depois, é importante considerar a rede social em que está inserido.

Em sua coluna na CH, Franklin Rumjanek discute por que isso acontece e quais as implicações dessa seleção. Ronaldo Laranjeira – Acho que estamos cada vez mais valorizando esse tipo de mecanismo. A droga é um fenômeno psicossocial amplo, mas que acaba interferindo nesse mecanismo biológico primitivo. Para dúvidas, sugestões ou mais informações a respeito da clínica e tratamentos, entre em contato através do formulário abaixo. Esses sintomas variam de droga para droga, mas, de forma geral, vão desde ansiedade, cansaço, confusão, sudorese, vômitos e irritabilidade até pensamentos suicidas, delírios e convulsões.

O cérebro sem efeito de drogas está próximo da ilustração à esquerda. Já o cérebro sob efeitos da psilocibina seria como na figura à direita. Os círculos menores estão com cores mais clínica de recuperação de drogas vivas para representar o aumento na atividade dentro de cada um deles. Da mesma forma, as linhas finas se multiplicaram, conectando áreas antes desconectadas, e ficaram mais grossas.

Caçador de cocaína Os pesquisadores investigaram nas cobaias o surgimento de pequenas estruturas nos neurônios chamadas espinhas dendríticas, que têm relação profunda com a formação das memórias. Ronaldo Laranjeira – Em nosso cérebro existe um sistema de recompensa que é o núcleo do prazer. Quando a pessoa come, dorme, tem relações sexuais – o repertório é muito grande – ativa esse sistema biológico. Ao longo de milhares e milhares de anos de evolução, ele foi desenvolvido como forma de preservar a espécie e o indivíduo.

Em um estudo recente, os pesquisadores usaram ressonância magnética para obterem imagens tridimensionais dos cérebros de adultos que fumavam maconha pelo menos quatro vezes por semana, durante anos. A imagem abaixo revela as mudanças no córtex orbitofrontal. As drogas também podem ser classificadas em depressoras (álcool, heroína, solventes), estimulantes (cocaína, anfetaminas, nicotina) e perturbadoras (maconha, LSD, ecstasy).

É preciso dizer como e por que as drogas são altamente prejudiciais ao organismo para que a pessoa tome uma decisão firme, bem alicerçada, e disponha-se a abandoná-las. Ronaldo Laranjeira – No ambulatório da Escola Paulista de Medicina que atende usuários de maconha, pude notar que há dois grupos distintos. Um é constituído por jovens que perderam o interesse por tudo o que faziam.

Se elas não fossem criativas por natureza, não haveria droga no mundo capaz de produzir esse resultado. Ronaldo Laranjeira – O sistema de prazer é muito primitivo. É importante para as abelhas e para os seres humanos também. A droga produz efeito tão intenso porque age nesses mecanismos biológicos bastante primitivos. Além disso, o uso de entorpecentes pode ocasionar sequelas cerebrais negativas, dificultando o poder de decisão, o julgamento, a memória e a capacidade de aprender.